Fobia de avião: como tratá-la?

Você sofre de fobia de avião?

A fobia de avião é uma manifestação de medo e ansiedade ao pensar em uma viagem de avião, seja dentro do Brasil ou para o outro lado do mundo. Em sua forma mais aguda, a ansiedade pode surgir já na fase de planejamento da viagem e na reserva dos voos. Ela aumenta à medida que o dia da partida se aproxima, podendo até causar insônia. As sensações de ansiedade e medo atingem seu pico ao chegar ao aeroporto, no embarque e durante o voo. Uma vez em altitude, o paciente pode sentir um grande desconforto, estresse e se torna hipersensível aos sinais ao redor. Cada sinal é então interpretado de maneira catastrófica, seja um som desconhecido ou turbulências durante o voo – elementos totalmente normais. A fobia de avião se manifesta em diferentes graus e pode causar sintomas de estresse, ansiedade e até pânico.

Lista de sintomas da fobia de avião

• Tremores
• Suores
• Palpitações cardíacas
• Problemas gástricos
• Rubor facial
• Perda de orientação
• Sensação de desorientação
• Irritabilidade

Fobia de avião e evitamento

Outro sintoma é o evitamento. Em sua forma aguda, isso consiste em nunca mais voar, por medo de enfrentar essas ansiedades. A pessoa afetada evita cuidadosamente aeroportos, o que tem o efeito prejudicial de enraizar as ansiedades através do conforto ilusório de não senti-las mais. Outra estratégia de evitamento, mais comum: muitas pessoas que sofrem de ansiedade ao voar recorrem a medicamentos ou álcool, antes ou durante o voo. Isso ajuda a atenuar os sintomas ao reduzir o nível de consciência, mas não supera o medo de voar. Às vezes, os sintomas são leves o suficiente para serem suportados. O voo pode acontecer, mas à custa de um grande desconforto ou estresse, sem chegar ao pânico e à fobia. O viajante muitas vezes se distrai (com filmes ou livros) para evitar pensar em uma situação que o preocupa profundamente. Embora seja menos incapacitante, esse caso deve ser observado para evitar que o leve estresse se transforme em fobia de avião!

De onde vem a fobia de avião?

Medo de avião: uma fobia complexa

De onde vem a fobia de avião? Na verdade, não há uma resposta universal para essa pergunta. Trata-se de um transtorno de ansiedade particularmente difícil de diagnosticar, diferente em cada pessoa. A fobia de avião é uma fobia complexa, uma mistura de medos específicos de voar (medo de falha técnica, falha do piloto, turbulências, medo de queda…) e medos não específicos (claustrofobia, fobias sociais, medo do oceano, medo de perder o controle…). Em alguns pacientes, esses medos não específicos já existiam antes da fobia de avião, mas são revelados pela situação de voo. O problema com a fobia ou ansiedade de voar é que esses transtornos se misturam. Eles se tornam difíceis de separar e identificar sem ajuda externa (seja terapia cognitivo-comportamental ou hipnose). O sentimento de mal-estar é suficiente para ser chamado de medo de avião, ansiedade, ou até fobia de avião quando se torna realmente paralisante.

Como se desenvolve a fobia de avião?

A fobia de avião não é inata. Ela sempre pode ser curada. Não se repete o suficiente que ninguém nasce com fobia de avião! Pelo contrário, trata-se de um medo adquirido, que agrega transtornos preexistentes. O desenvolvimento da fobia de avião é impossível de generalizar. Às vezes, pode surgir de um evento mal vivido durante um voo: voo turbulento, fortes turbulências, falha durante o voo… Em muitos outros casos, ela aparece de um dia para o outro, sem que se possa detectar uma causa lógica. Algumas fobias aparecem até mesmo em tripulações ou em viajantes frequentes, após milhares de horas de voo sem problemas! Finalmente, em muitos casos, a ansiedade de voar é autoalimentada pela cobertura midiática de acidentes aéreos. Embora infinitamente mais raros do que acidentes de trânsito, sua cobertura acentua os fenômenos de ansiedade em pessoas com tendências ansiosas. Por isso, aconselha-se evitar focar em notícias 24 horas e procurar informações equilibradas de verdadeiros especialistas em segurança aérea.

Definição de fobia de avião

A fobia de avião também é chamada de aviofobia ou aerodromofobia. Faz parte dos transtornos de ansiedade. É a fobia de viagens de avião. A fobia deve ser diferenciada do simples medo. Este último é uma reação graduada, adaptada, útil em caso de perigo. Pelo contrário, a fobia é um medo patológico que precisa ser tratado. Ela não tem relação com a realidade e superestima consideravelmente o risco. A fobia é próxima da ansiedade, um estado de perturbação mental causado pelo medo de um perigo. Pode-se falar de fobia de avião quando a ansiedade é fortemente incapacitante, a ponto de gerar um grande desconforto ou a impossibilidade de voar.

Ansiedade em voos: 3 exemplos de gatilhos

O avião é um gatilho para ansiedades específicas, muitas vezes preexistentes. Abaixo, três exemplos (não exaustivos) de transtornos de ansiedade que se manifestam durante o voo e que podem ser tratados separadamente.

Medo de voar e claustrofobia

A claustrofobia é o medo de espaços confinados. Muito comum, é uma das principais causas de fobias em voos. Pacientes afetados se sentem mal ao estar em um espaço reduzido, sem possibilidade de sair. Em particular, o que se expressa na claustrofobia é o medo de não poder escapar em caso de perigo. Está relacionado à perda de controle sentida por muitos viajantes em avião. Uma vez identificada, tratar a claustrofobia como um transtorno de ansiedade é uma técnica possível para superar a fobia de avião.

Buracos de ar e turbulências em voos

Os buracos de ar são provavelmente o mito mais comum sobre aviões. Eles vêm de uma concepção errada, segundo a qual haveria zonas de “vácuo” no céu. Nos buracos de ar, o avião não seria sustentado, sofreria turbulências e poderia até cair. Claro que isso não acontece! Os buracos de ar não existem, pois não há mais vazio no ar do que na água. As turbulências são causadas por movimentos das massas de ar. Sem perigo para os aviões, elas causam, no máximo, desconforto na cabine. No contexto da terapia cognitivo-comportamental (ou TCC), os pacientes podem receber informações confiáveis sobre aviões e segurança aérea para interromper suas ideias erradas e desativar a maioria dos medos de voar.

Fobia de altura

A fobia de altura (ou acrofobia) é um medo desproporcional do vazio em relação aos perigos reais. É importante lembrar que um avião não pode cair do céu! Pelo contrário, graças à sustentação, ele pode voar por muitos quilômetros, mesmo que os motores estejam desligados.

Como superar a fobia de avião?

Nunca é tarde demais, nem cedo demais, para tratar uma fobia de avião. Todos podem se beneficiar dos cursos contra o medo de voar e redescobrir o prazer de voar com tranquilidade. Superar o medo de voar é uma grande realização. Isso permite que você se sinta completamente no controle de seu destino e possa desfrutar de viagens com sua família ou amigos, dentro ou fora do Brasil. Para viagens de negócios, isso permite realizar deslocamentos profissionais sem ser perturbado por fobias ou ansiedades. Para superar a fobia de avião, não existe um único método: hipnose, homeopatia ou livros de autoajuda também têm seus seguidores. No entanto, é do lado da psicologia e das terapias cognitivo-comportamentais que observamos os melhores resultados para curar fobias e viajar com a mente leve.

Terapias cognitivo-comportamentais

Cada terapia contra a fobia de avião é diferente. Ela precisa, de fato, identificar a natureza das ansiedades e dos transtornos de ansiedade que podem eventualmente compor essa fobia. Identificar a causa de uma fobia ou ansiedade em voos é fundamental. Isso dá a oportunidade de tratar o eventual transtorno preexistente à fobia de avião separadamente. Seja claustrofobia, medo social, ansiedade relacionada à perda de controle ou outras… Conhecer a causa exata por trás da fobia de avião é o primeiro passo para direcionar a terapia. As terapias cognitivo-comportamentais (ou TCC) têm se mostrado eficazes no tratamento de fobias em geral, e em particular para a fobia de avião. Como? Essas terapias são organizadas em torno de dois eixos: 1. cognitivo e 2. comportamental. A parte cognitiva fornece uma base de conhecimento para entender o tema de sua fobia: aviões, voos, pilotagem, segurança aérea. O eixo comportamental ajuda a construir uma resposta física aos sintomas de estresse. Inclui técnicas de relaxamento ou respiração. Juntas, as TCC permitem substituir os circuitos de pensamento e os maus hábitos que levavam ao círculo vicioso da fobia de avião.